Nando Chiappetta/DP/D.A Press |
Não era apenas mais um show internacional no Chevrolet Hall. Era Ringo Starr. Um ícone do pop rock, um Beatle. E vê-lo, no Recife, foi um sonho para uma plateia privilegiada, que não chegou a lotar o Chevrolet Hall. É difícil acreditar que aquele senhor todo desengonçado, que dança fora de ritmo suas próprias músicas, pode ser tão perfeito e sincronizado quando senta na bateria. Em show com ritmo de baile e muito rock′n`roll, o velho batera dos Beatles não decepcionou e coroou os presentes com um espetáculo impar e nunca visto em Pernambuco.
Por fechar a turnê brasileira, o show do Recife - passou também por Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília - não trouxe nenhuma grande surpresa para o público local. O repertório foi o mesmo das outras cinco cidades e, por isso mesmo, todos já sabiam que seriam poucas as músicas dos Beatles cantadas por Ringo. Mas isso, na verdade, pouco importava. Quem foi vê-lo tocar ficou estarrecido.
Na verdade, o encontro de Ringo Starr com o público pernambucano foi uma grande celebração dos anos 70 e 80. Assim também foi a plateia entusiasmadíssima e que não parava de interagir e cantar, inclusive, as canções próprias do baterista e cantor como It Don’t Come Easy, seu primeiro single solo lançado em 70 e que ganhou uma batido mais rock do que a versão original.
Mas, o Chevrolet Hall foi ao delírio mesmo quando ele sentou no seu instrumento de trabalho que lhe consagrou e tocou I wanna be your man, dos Beatles. O balançado de cabeça, e a batida de condução ritmada de sempre mostravam, claramente, que ali estava Ringo Starr. O ex-beatle mostrou toda a sua simpatia interagindo com o público, além do carisma ao gritar “I love Recife” para delírio da plateia.
A performance de Ringo no palco mostra toda sua jovialidade, apesar dos 71 anos, e sua versão natureba, que adquiriu desde meados dos anos 80. Em um show que se pode dizer “familia”, o ex-beatle cantou com uma plateia enlouquecida e repleta de balões amarelos o clássico Yellow Submarine. Ele até se emocionou com a recepção dada pelos pernambucanos.
Em ritmo de Rockabilly, a terceira metade do show colocou o público do Chevrolet Hall todo para dançar. Porém a apoteose ainda estava por vim e ficou, claro, reservada para o final quando Ringo e a All Starr Band começaram a tocar With a Little Help from My Friends e Give Peace a Chance. A primeira um grande clássico dos Beatles e a segunda de John Lennon. A afinada All Starr Band, repleta de músicos competentes, mas que não tiveram muitos destaques em outras bandas, faz bem o conjunto da obra.
E quem esteve no Chevrolet Hall viveu uma noite histórica. Uma noite de puro rock`n`roll sem grandes espetáculos, sem grandes parafernálias de som, luz e efeitos especiais, mas acompanhou um show coeso, forte, pegado, dançante e competente. Afinal quando se esperava ver um beatle em Recife? Ringo veio e, agora, que venha Paul.
Por José Gustavo
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